11 maio 2009

Segurança no Terceiro Milênio

Por Paulo Beni

Vejo-me obrigado em socializar meus – ainda que limitados conhecimentos, em razão de uma visível “brecha” observada na segurança “verde-amarela”, que, além disso, apresenta certo “daltonismo“.

Em vista disso, desejo compartilhar alguns conceitos - que desenvolvi e que se faz necessário cumprir. Lembrando, que, minha intenção não é encerrar o assunto – mas é chamar a atenção do profissional ou especialista em segurança, para refletir sobre o tema. Pois, o melhor remédio para SEGURANÇA, é colocá-la em dieta “PREVENTIVA”. No entanto, para reparar esta lacuna, e “construir confiabilidade” – é necessário aplicar tanto a “gestão conhecimento” como a “gestão de treinamento”. Pois além de “conhecer” é necessário por em prática, - adequadamente - o aprendizado.

Existe uma insegurança no seio da segurança. Uma coisa é conhecer o inimigo, outra é valorizá-lo. Não devemos - de certa forma - “dizer” ao inimigo que ele é grande. Precisamos estar efetivamente decididos, em vencer àquilo que quer nos destruir. E para isso, exigirá de nós, atitudes e momentos, que, mesmo após análise - valerá correr o risco. É fácil perceber, que o maior inimigo do homem, está dentro dele mesmo.

Vale lembrar, que, toda a capacidade intelectual, técnica ou prática, cairá por terra, uma vez a que a emoção domine.

SEGURANÇA NO TERCEIRO MILÊNIO

Pesquisei a obra, considerada - com um dos melhores e mais estimulantes trabalhos, sobre a história militar, escrita por Victor Davis Hanson, com o título “Por que o Ocidente venceu”. O tema abordado, era sobre diversos tipos de batalha, emprego de armas, fortificações e choques ao longo da história. No geral, ainda que de forma panorâmica, tirei algumas lições e conclusões desta obra literária, e observei que “na prática” muitos exércitos tiveram importantes vitórias, das quais lhes garantiram não apenas, condecorações, honrarias ou títulos. Mas a própria vida!

Senti o desafio de fazer adaptações de alguns capítulos - preservando a originalidade e intenção do autor – de modo que viesse a contribuir para cada profissional de segurança, Criei também alguns subtítulos de maneira contextualizada e contemporânea.

“Cada grupo no seu quadrado”

Falando de Poitiers, Hans Delbrücko, o grande historiador militar alemão, disse que nenhuma batalha mais importante na história mundial, assim como Edward Creasy incluía Poitiers em seu seleto grupo de “batalhas decisivas mundiais”, e também pensava que o combate marcava a salvação da Europa. O que fica claro é que Poitiers uma continuidade generalizada bem-sucedida defesa ocidental da Europa, tanto dos mulçumanos quanto dos vikings. Sob o comando de Charles Martel. Que é melhor lembrado por ter vencido a Batalha

de Poitiers (ou batalha de Tours) em 732, que tem sido tradicionalmente considerada com a ação que salvou a Europa do expansionismo muçulmano que já havia conquistado a Península Ibérica.

Vitória decisiva para a história mundial, visto que ela preservou a Europa ocidental da conquista muçulmana e da islamização. Embora inicialmente lembrado simplesmente como o líder do exército cristão que prevaleceu em Tours, Carlos Martel foi um verdadeiro gigante do início da Idade Média. Um general brilhante numa época privada desse talento, ele é considerado o pai da cavalaria pesada ocidental, das ordens de cavalaria e fundador do Império Carolíngio (nomeado a partir de seu nome), e um catalisador para o sistema feudal que acompanharia a Europa através da Escuridão da Idade Média.

Embora não fosse tão disciplinado nem tão grande, o exército de Charles Martel atacava em pé e conservavam a formação. Charles Martel e seu exército misto, se puseram em formação no chão para agüentar firme durante horas, até o cair da noite. Os árabes lançavam flechas de suas montarias e arranhavam os francos com golpes de espada e lanças enquanto rodeavam seus flancos e lados, mas não matavam nem desalojavam os europeus. Relatos d

e sobreviventes da batalha de Poitiers concordam em um ponto: os invasores islâmicos se abateram repetidamente sobre os francos, que ficaram parados em forma de um quadrado protetor de soldados de infantaria.

A crônica do sucessor de Isidoro relata que os francos (ou melhor, “os homens da Europa”) eram um “mar irredutível” (1045).

Eles “mantinham-se juntos uns dos outros” e duros como um “muro”. Como uma massa de gelo mantinham-se firmemente juntos. A surpreendente força dos francos era o peso coletivo de sues corpos, em formação ombro a ombro.

Uma barreira humana praticamente invunerável, na batalha, pois em meio à poeira e à confusão na batalha, era menos importante para a linha de soldados de infantaria ver o inimigo do que manter a formação enquanto avançavam lentamente, golpeando qualquer coisa á sua frente. Os francos mantinham sua formação mesmo depois da batalha, ao invés de perseguir os árabes em retirada. Era impossível quebrar sua formação ou derrotá-los.


“Tropa de Choque”

No final do século III a.C., escreve Victor Davis, os legionários romanos haviam se tornado a infantaria mais mortífera do mundo justamente por causa de sua, mobilidade, seu soberbo equipamento, sua singular disciplina e sua engenhosa organização

Na batalha, os legionários avançavam como um muro, uma frente sólida. Uma tropa de choque disciplinada. Em fileiras, lado a lado, avançavam sempre bem posicionados!

A maioria dos historiadores clássicos escreveram sobre as batalhas romanas, César, Lívio, Plutarco e Tácito sobretudo viu a colisão com os olhos romanos. Seus relatos etnocêntricos e terríveis descrevem alemães desgrenhados de um metro e oitenta de altura soltando ruídos estranhos, gritos de batalha, profundos e ressonantes e batendo seus equipamentos, gauleses seminus gritando com os cabelos besuntados e arrumados em cima da cabeça para aumentar sua altura aparente. Ou grandes bandos de asiáticos vestindo túnicas e pintados, cujo falatório e extravagância dão lugar ao avanço disciplinado de terríveis profissionais – com a inteligência e a civilização derrotando cada vez a vantagem numérica, o barbarísmo e a força bruta.

Pinturas de guerra, tatuagens, mulheres de seios nus, gritando, e uma porção de colares de ferro, correntes e cabeças e parte do corpo humano penduradas nos cintos tem presença obrigatória em qualquer descrição ocidental de luta contra o outro das legiões romanas

conquistadores espanhóis.

No entanto, o que era realmente desumano e arrepiante não era o avanço dos bárbaros, mas sim o dos romanos. As legiões lutavam em silêncio. Aproximavam-se até cerca de trinta metros da terra de ninguém. A uma distância predeterminada e em cadência.

O terror da guerra não reside na reação inteiramente humana das culturas tribais aos confrontos sangrentos – gritos e loucura ao dar e receber a morte, fúria na perseguição aos derrotados, medo quase histérico durante a fuga – mas sim a estudada frieza do avanço romano, e na sua previsibilidade de lançar dardos e na consumada arte de lutar com espadas, na sincronização de manopla com manopla em ataques cuidadosamente monitorados.

O verdadeiro horror é ver a imprevisível paixão e horror humano se transformar em um negócio previsível, uma ciência destinada a matar o maior número de humanos possível, respeitando as limitações do poder muscular e do aço das armas. O historiador judeu Josefo descreveu mais tarde esse profissionalismo em seu resumo das proezas legionárias:

“Não era errado quem dissesse que suas manobras de treinamento são batalhas sem derramamento de sangue, e que suas batalhas são manobras com derramamento de sangue”

“Sempre bem posicionado”

Victor Davis Hanson, também escreveu, sobre a batalha dos britânicos – encurralados – em Rorke´s Drift, que fora travada contra homens – guerreiros - da nação zulu. Por dezesseies horas, algumas dúzias de soldados britânicos, 5% do tamanho da força que acabava de sucumbir em Isandhlwana, triunfava nos muros de Rorke´s.

Ele destaca acerca da iniciativa de agir daqueles valentes soldados, que era desde o mais alto oficial daquele regimento, ao soldado raso. Disciplina esta que foi um divisor entre a batalha de Rorke´s e a batalha de Isandhlwana. Pois a natureza dos soldados britãnicos da Companhia B do 24 Regimento, era desconhecida pelos zulus.

Comparados com os espartanos de Leônidas nas Termópilas, não havia praticamente nemhuma possibilidade de fuga. No entanto todos estavam determinados a vencer ou a morrer ali mesmo. Numa determinação que os levava a continuar atirando até a exaustão ou a morte. E morrer era a possibilidade mais provável, considerando a quantidade esmagadora de inimigos.

A diferença entre o desastre maior de Isandhlwana e o triunfo menor de Rorke´s Drift foi que um par de tenentes não particularmente brilhantes tomou as precauções necessárias negligenciadas por seus superiores. O que levou a morte de milhares de zulus. Já os britânicos, perderam apenas quinze mortos e doze feridos. Ao contar os cartuchos depois da batalha, foi constatado que o reduzido número de cem soldados britânicos utilizou o número fenomenal de mais de vinte mil catruchos.

No dia 22 de Janeiro de 1879, a gurnição em Rorkeé Drift mostrou ser formada pelos cem homens mais poderosos do mundo.

“...eles não podem fugir de qualquer inimigo em batalha, não importa quão grande o seu número, mas devem permanecer em suas fileiras e ali conquistar ou perecer”.

(Heródoto)

“Tapando as brechas”

Depois de ler e pesquisar o livro de Victor Davis Hanson – li uma passagem bí

blica que narra a história de um homem de nome Neemias.

Este homem, diz a Bíblia - deixou a Pérsia para realizar sua primeira missão no vigésimo ano de Artaxerxes I da Pérsia. Ele era copeiro na corte de Artaxerxes, e era de grande confiança do rei, uma vez que era conselheiro e tinha como responsabilidade proteger o rei de envenenamento.

Por duas vezes, Neemias foi governador da Judéia. Ele era visto como um líder dinâmico e corajoso, que, levou os habitantes de Jerusalém a vencer a preguiça, a zombaria, conspirações, e ameaças de agressões físicas, na reconstrução dos muros de Jeruasalém por volta de 423 a.C.

Em meio a tantas qualidades, uma é destaque, quando esse “copeiro”,

“general” e “estrategista” disse aos grupos dos que trabalhavam na reconstrução do muro: Neemias 4:19.

“O trabalho é muito espalhado, e por isso nós ficamos muito longe um dos outros nas muraralhas” (Bíblia NTLH)

Outra versão diz:

“Grande e extensa é a obra, e nós estamos apartados do muro, longe uns dos outros”(Bíblia Plenitude)

Esta personagem bíblica nos ensina que a unidade foi um dos fatores relevantes na recontrução dos muros de Jerusalém. Onde aproximadamente 40 grupos trabalharam ao mesmo tempo. Nos lados leste e sudeste foi necessário construir um muro totalmente novo e nos lados sudoeste, o antigo muro precisava ser reparado..

Arqueólogos encontraram reminiscências do novo muro, que tinha uma espessuara de 2,5m e 2,5 quilômetros de comprimento.

Gran Finale

Concluo este artigo, sinalizando uma observação a qual acredito ser a principal característica que levou os exércitos apresentados às mais ilustres e concretas vitórias. Seja pela mobilidade das tropas, pela disciplina, pela logística, pela disciplina, ou pela determinação, pelo ideal, pela coragem ou pela fé. Identifiquei uma particularidade, de cada exército, e de cada missão. Embora não destacada pelo autor, ser o principal motivo, contudo, do ponto de visto analítico, observei que o diferencial destes exércitos foi:

“A unidade fez a diferença”

Tanto os francos em Portiers, os legionários em campanha ou os britânicos em

Rorke´s Drift, todos estes exércitos tinham algo incomum, pois, seja qual fosse os “horrores” que teriam que enfrentar, jamais abandonaram suas posições. E, uma vez bem posicionados, sempre estavam lado a lado um do outro, o que não dava brecha para ação do inimigo.

Sim a unidade e não somente a uniformidade, fizeram valer os “apelidos” de: “tropa de choque”, mar irredutível”, muro”,. Eles “mantinham-se juntos uns dos outros” e - duros como uma massa de gelo instransponível, conquistaram nações, batalhas e povos.

Hoje, em meio a tantos neologismos como, “era da tecnologia”, “da comunicação” e “da inteligência”, ainda que de forma “tímida” chegamos ao espaço. Contudo, ainda há um desafio maior a ser superado no seio da segurança, na terra tupiniquinis. Afinal, parece ser mais fácil chegar ao espaço, do que virar o rosto e, falar, solicitar, cumprimentar, agradecer, ou até mesmo dar alguns passos em direção ao próximo e dizer: Conte comigo!

Lamentavelmente, ao estilo adotado pela maioria das “forças de segurança”, cabe apenas o apelido de: “Segurança de Babel”.

Duas coisas são certas no quesito segurança:

- O inimigo sempre estará na espreita;

- E sozinhos não chegaremos a lugar algum.

No entanto, é preciso “abandonar” os estilos: “snipper” ou “misantrópicos” de profissionais de segurança. Quando o assunto é segurança, não existe “carreira solo”.

n É hora de assumirmos nossa verdadeira identidade como profissionais em “segurança” e descartar aventuras.

n Ou sabemos ou não! Embora sejamos uma segurança mista: Civil, militar, de elite, patrimonial, empresarial, eletrônica, pública, vip, especialista, etc. Somos “companheiros em armas”.

n É necessário que permaneçamos - ombro a ombro – sempre bem posicionado, resistindo a tudo e a todos. Somente assim venceremos batalhas e exércitos cujo apelido é:

“Crime organizado”


n Como é destacado nos estatutos dos criminosos:

“Estatuto do PCC”
Por republicado - autor desconhecido 15/05/2006 às 18:17

Íntegra do estatuto do PCC

Para conhecimento geral.

Estatuto do PCC que já circulou a algum tempo na internet em diversos sites.

1. Lealdade, respeito, e solidariedade acima de tudo ao Partido

11. O Primeiro Comando da Capital PCC fundado no ano de 1993, numa luta descomunal e incansável contra a opressão e as injustiças do Campo de concentração "anexo" à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, tem como tema absoluto a "Liberdade, a Justiça e Paz".

12. O partido não admite rivalidades internas, disputa do poder na Liderança do Comando, pois cada integrante do Comando sabe a função que lhe compete de acordo com sua capacidade para exercê-la.

14. A prioridade do Comando no montante é pressionar o Governador do Estado à desativar aquele Campo de Concentração " anexo" à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, de onde surgiu a semente e as raízes do comando, no meio de tantas lutas inglórias e a tantos sofrimentos atrozes.

15. Partindo do Comando Central da Capital do KG do Estado, as diretrizes de ações organizadas simultâneas em todos os estabelecimentos penais do Estado, numa guerra sem trégua, sem fronteira, até a vitória final.

O Quartel General do PCC, Primeiro Comando da Capital, em coligação com Comando Vermelho CV

UNIDOS VENCEREMOS


E lembre-se: A obra é extensa e estamos espalhados uns dos outros, portanto, juntemo-nos rumo ao triunfo.


O maior desafio que temos pela frente, é nos unirmos e “marcharmos juntos”.

“Se temos que fazer o trabalho de um profissional, ou especialista, não precisamos apenas de “título”. Mas de humildade.” (Paulo Beni)

Desenvolvi estes preceitos para ajudar o “Profissional em Segurança”, que de certa forma: Executa, programa, orienta, planeja e assessora. Em resumo, é desafiado a liderar e ser um facilitador. Pois, o que se espera daqueles que lideram, - é de que sejam “multiplicadores do conhecimento” – e ainda, facilitadores, tanto para o aprendizado quanto na execução de tarefas

CONCEITOS DI BENI


Paulo Beni da Silva, é Multiplicador de Conhecimento, Instrutor e Profissional em Segurança Privada. Atualmente é Inspetor de Segurança na Petrobras.









E-mail: methodostreinamentos@yahoo.com.br

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Inspetor Frederico

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