24 maio 2014

Praça Eufrásio Correia lidera no tráfico

Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Jonathan Campos/ Gazeta do Povo / O aumento de usuários na Carlos Gomes ocorre também, segundo a Guarda, em razão da migração de alguns da Praça Eufrásio Correia, alvo de maior repressão nos últimos mesesO aumento de usuários na Carlos Gomes ocorre também, segundo a Guarda, em razão da migração de alguns da Praça Eufrásio Correia, alvo de maior repressão nos últimos meses
DROGAS ILICÍTAS

Praça Eufrásio Correia lidera no tráfico

Levantamento da Guarda Municipal mostra que praças têm sido alvo constante de usuários e traficantes, além de grandes avenidas de Curitiba
Publicado em 22/05/2014 | 
A Praça Eufrásio Correia, junto da Câmara Municipal de Curitiba, é a campeã de ocorrências ligadas ao uso, posse e tráfico de drogas na cidade. A Guarda Municipal atende um caso a cada três dias ali. O problema, no entanto, segundo levantamento da própria Guarda obtido pela reportagem, se estende pela cidade inteira.
Combate
Para sociólogo, tema deve ser tratado como saúde pública
O sociólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná Cezar Bueno defende que a sociedade encare a droga como “fato sem volta”. De acordo com ele, é preciso traçar um plano concreto que trate o tema como questão de saúde pública definitiva, como são os casos de alcoolismo e tabagismo.
O principal obstáculo para isso, segundo ele, é a opinião pública. “Ela é avessa a tudo que não seja prisão e isolamento. Mas é inevitável pensar em uma maneira não demagógica de enfrentamento do problema”, critica Bueno.
Na avaliação dele, o histórico de falta de políticas adequadas sobre o tema repercutem hoje, com o país cheio de consumidores, como há em Curitiba. “As praças se tornaram campos de ocupação de uma população excluída”, comenta. Bueno também defende a necessidade de mais projetos e iniciativas que estimulem a população a ocupar as praças e demais espaços públicos para bons usos.
Detidos
Segundo a Guarda Municipal, 567 adolescentes foram apreendidos e 1.352 pessoas foram detidas no ano passado por uso, posse ou tráfico de drogas ilícitas. Em 2014, até a última terça-feira, já foram registrados 807 casos.
Em 2013, a Guarda atendeu 2.430 ocorrências por uso, posse e tráfico de drogas em Curitiba, uma média de sete por dia. Cerca de 20% dessas ocorrências são relacionadas diretamente ao tráfico. Flagrantes de uso correspondem a 73% dos casos. O restante corresponde a casos de posse.
Segundo a Guarda, foram 567 adolescentes apreendidos e 1.352 pessoas presas ano passado. Do começo deste ano até a última terça-feira, foram registrados 807 casos relacionados a drogas.
Os dados do relatório comprovam que as praças da cidade estão sendo muito frequentadas por consumidores. São seis praças (Eufrásio Correia, Praça do Gaúcho, Osório, Praça João Cândido, Carlos Gomes e Garibaldi) entre os vinte endereços que mais registraram esses casos.
Quando o levantamento é analisado pelas subcategorias, a Praça Eufrásio Correia lidera o ranking de ocorrências de tráfico de drogas, mas perde para a Rua Mateus Leme em casos de flagrantes de uso.
Operações
O inspetor Cláudio Fre­­derico de Carvalho, conta que a Guarda tem trabalhado constantemente para conter o avanço do tráfico na cidade. Nas praças, principalmente, onde são responsáveis, os guardas têm realizado operações específicas, com informações de denúncias e videomonitoramento. A própria Eufrásio Correia está recebendo câmeras nos próximos dias, segundo Frederico. O investimento é do programa “Crack, é possível vencer”. “Os números começam a dar um panorama estratégico para nossas ações. Já verificamos que lugares de grande circulação de jovens e próximos às canaletas dos ônibus são propícios”, conta Frederico.
Carlos Gomes
Um dos problemas enfrentados pela Guarda Municipal é a migração dos traficantes e usuários. Da Eufrásio Correia, por exemplo, há casos de migração para a Carlos Gomes. “Ali há as mesmas características da Eufrásio Correia”, conta. As duas praças têm muitas árvores e movimento de pessoas, o que facilita o consumo e o tráfico.
Uma comerciante, que não quis se identificar, reclamou que o consumo na Carlos Gomes atrapalha o trabalho na região. “Falta policiamento. Tem horas que o cheiro [da maconha] entra na loja”, comenta. Frederico afirmou que a guarda deve reforçar o trabalho em várias regiões onde são detectadas as migrações, inclusive a Carlos Gomes.

Tem solução?
Como você acredita que o poder público e a sociedade devem lidar com a venda e o uso de drogas em lugares como praças e avenidas? Deixe seu comentário abaixo e participe do debate.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1470521

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